Doenças da tireóide

A tireóide é uma glândula que se localiza na parte anterior do pescoço e que tem como função principal a produção dos hormônios tireoidianos (T4 e T3), que são essenciais para o funcionamento adequado do nosso metabolismo. Quando a tireóide está funcionando normalmente, quase não percebemos que ela existe. No entanto, quando ela apresenta alguma alteração, ocorre o hipotireoidismo ou o hipertireoidismo, que são alterações do funcionamento da tireóide.

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é uma condição caracterizada pela produção insuficiente de hormônios pela glândula tireoide, afetando o metabolismo e diversas funções do corpo. Esta disfunção é mais comum em mulheres e tende a aumentar com a idade. Estatísticas indicam que o hipotireoidismo afeta cerca de 5% da população mundial, sendo uma das doenças endócrinas mais prevalentes. 

Ele ocorre quando há produção e liberação insuficiente de hormônios tireoidianos, levando a sintomas de cansaço, ganho de peso, sonolência excessiva, lentificação psicomotora, queda de cabelos, unhas fracas, inchaço generalizado, entre outros. Essas alterações podem ser difíceis de serem percebidas pois se instalam lentamente e são inespecíficas. 

Existem diversas causas para o hipotireoidismo. A principal delas é a chamada Tireoidite de Hashimoto, uma doença auto imune que leva a uma inflamação crônica da tireóide e que pode reduzir sua função gradativamente. Outra causa frequente é a cirurgia de remoção da tireoide, chamada de tireoidectomia total, que obrigatoriamente leva ao hipotireoidismo. 

O tratamento é feito principalmente com a reposição do hormônio tireoidiano que não é produzido, com a medicação levotiroxina. As doses são individualizadas e o ajuste de dose é baseado em exames laboratoriais periódicos e sintomas do paciente.

Hipertireoidismo

O hipertireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide produz excesso de hormônios tireoidianos, afetando o metabolismo e outras funções corporais. Esta condição é mais comum em mulheres e pode ocorrer em qualquer faixa etária, embora seja mais frequentemente diagnosticada entre os 20 e 40 anos de idade. Estimativas indicam que o hipertireoidismo afeta cerca de 1 a 2% da população mundial. 

Ele ocorre quando há produção e liberação exagerada de hormônios tireoidianos, levando a sintomas de palpitações, tremores, perda de peso inexplicada, insônia, agitação psicomotora, alterações da menstruação, entre outros. Em alguns casos pode haver aumento do volume do pescoço ou alteração nos olhos. Geralmente essas alterações são notadas pelo paciente pois se instalam de forma mais rápida e intensa.

A principal causa é a chamada Doença de Graves, uma doença auto imune da tireóide que leva a uma hiperativação crônica da tireóide. Outra causa é o chamado Adenoma Tóxico, ou Doença de Plummer, quando um nódulo da tireóide é o responsável por produzir excesso de hormônios tireoidianos, ou o Bócio Multinodular Tóxico, quando vários nódulos são os responsáveis.

O excesso de hormônio tireoidiano no corpo pode levar a arritmias, insuficiência cardíaca, osteoporose, e perda excessiva de peso. O tratamento é feito com medicamentos em comprimido, cirurgia ou radioiodoterapia.

Nódulos da Tireóide

Os nódulos de tireoide são regiões com um crescimento anormal de células e se tratam de uma alteração na ESTRUTURA da tireóide. Na maioria das vezes, NÃO tem relação com o funcionamento da tireóide.

A maioria dos nódulos de tireóide são benignos. Um nódulo só pode ser confirmado como maligno após a realização de uma biópsia ou de uma cirurgia.

Quando os nódulos são grandes, podem ser visualizados pelo paciente ou palpados no pescoço pelo médico. Primeiro devem ser analisados pelo exame de Ultrassom de Tireóide, que irá descrever  características como tamanho, formato e composição, e analisar a presença de alterações suspeitas. Dependendo desse resultado, pode ser indicada a biópsia do nódulo, também chamada de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), que irá indicar se as células são suspeitas ou não.

Se a biópsia indicar suspeita ou confirmação para malignidade, o tratamento será a cirurgia de tireoidectomia. Caso os nódulos sejam benignos, será indicado acompanhamento através de exames periódicos de ultrassom.